Dossiê: Brasília I. Revista Urbana (Centro Interdisciplinar de Estudos sobre a Cidade, UNICAMP), Vol. 10, n. 2, maio-ago. 2018.

A construção de Brasília não foi apenas a tarefa de erguer os monumentos e superquadras que deram reconhecimento internacional ao Plano Piloto como experiência arquitetônica e urbanística. A construção da capital envolveu a urbanização de um território bem mais amplo, que já transborda os limites do Distrito Federal. Além disso, Brasília é também construção simbólica realizada por meio de imagens, narrativas e discursos produzidos em meio a ampla controvérsia. Em seus primórdios, a nova capital foi defendida como aspiração secular e corolário da afirmação de um Brasil moderno. Em contraste, mereceu, na mesma época, a condenação de críticos que a viram como expressão autoritária e epítome da falência do modernismo. Se, num certo momento, pretendeu-se afirmar UMA história de Brasília, trata-se agora de problematizar os diversos processos envolvidos em sua formação urbana, que está longe de estar esclarecida e recusa-se a simplificações. Muito além da mera polarização entre defensores e detratores, na metrópole contemporânea, novas formas de vivência dos espaços e múltiplas representações desafiam as críticas tradicionais e atribuem à capital significados nunca previstos nas pranchetas de seus arquitetos ou nos discursos de seus fundadores. Estudos recentes reconhecem essa complexidade, revisitam questões aparentemente pacificadas e trazem à tona temas e problemas novos ou ainda pouco explorados.

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